Moro num apê com duas meninas, turcas. até ai tudo bem. Maravilha. Cada uma tem um quarto. Beleza! Mas depois disso começam os problemas: o banheiro tah vazando: todo dia de manha o chao ta molhado! Ninguem se mexeu pra consertar a nao ser eu! Comprei outra mangeira, comprei alicate e lah fui eu trocar a parada... nao consegui! A mangueira tava pressa com tanta força que eu nao consegui tirar... resultado: ficou assim mesmo! Depois disso ainda tem a questao da limpeza: essas meninas nao limpam nada! A cozinha tah sempre suja, a pia é um nojo! ninguem lava o prato depois de comer. Fica tudo lah empilhado até que eu tenha um ataque e lave tudo! Em geral de manha, quando olho aquela montanha asquerosa e nao consigo fazer outra coisa senao lavar! (tah tudo bem, as vezes elas tambem lavam... algumas vezes, principalmente quando querem cozinhar e jah nao tem mais nada limpo...) Isso é como começa meu maravilhoso dia!
Isso sem falar na musica... ah a musica!!!! Eu sinto como se estivesse ouvindo radio numa emissao que nao escolhi.. mas que sou obrigada a ouvir porque minha amada colocataria nao pode ouvir musica baixa... alias nem musica, nem filme... entao eu chego e é aquele rock'n'roll o dia inteiro!!!!!! ahhhhhhhhhh!!! Bom dia, você acaba de entrar na estaçao que nao respeita hora, nem local, nem mal humor das pessoas ao redor.. porque aqui é assim: musica à todo volume a noite inteira, isso quando nao é acompanhada de cantoria também... outro dia foi o pior de todos: uma ouvindo musica com o som nas alturas e a outra que queria ver um filme teve que fazer o mesmo e a terceira (eu) que estava com dor de cabeça se ferrou!
E o problema é que é super chato ficar dando uma de mamae e pedindo pra abaixar o volume, pra lavar o prato... etc, ah a convivencia é um exercicio filosofico: é se colocar em questao, pensar, re-analisar as situaçoes, tentar achar saidas, compromissos, buscar caminhos alternativos... e haja paciencia pra tudo isso! E olha que eu nao sou pavio curto nao... mas tudo tem limite! Enfim, peço desculpas pelo desabafo mas precisava compartilhar esse momento de profundo mal humor e total desesperança (é assim que se fala em portugues? désespoir...)
Mas aparentemente esse problema nao acontece soh aqui em casa nao... pelo que jah conversei com minhas outras amigas do intercambio, em geral, as meninas sao bagunceiras e nao limpam muito nao... é vai ver que é diferença cultural...
mardi 20 avril 2010
jeudi 15 avril 2010
Alaturka
Outro dia arrisquei uma ida ao teatro. Primeiro porque é baratissimo. Segundo porque uma das atrizes me convidou para dar uma conferida. E terceiro porque nessa pequena (minuscula?) cidade de 95.000 habitantes as ofertas de programas culturais e afins sao ligeiramente limitadas (como vocês podem imaginar). Entao la fui eu pra assistir uma peça sobre a qual eu nao tinha qualquer informaçao além da hora, local e data. Nao preciso dizer que era em turco neh? Isso vocês também podem imaginar. Ou seja, eu ja sabia que nao entenderia nada. Enfim, cheguei la (levemente atrasada... 5 minutinhos) e descobri que se tratava de um musical. Oba! pensei. Porque pelo menos com musica tudo parece mais agradavel e é uma das raras coisas que eu posso "entender" (mesmo que nao compreenda a letra), sem ter a impressao de estar sendo excluida.
A peça era feita de varios sketchs, alguns comicos, outros dramaticos, alguns monologos... enfim, tinha de tudo. Mas o mais interessante disso foi perceber o quanto o arte pode transpor barreiras. Como eu nao entendia as falas dos personagens, eu prestei muito mais atençao na expressao facial dos atores, no tom da voz, na expressao corporal, no cenario... e no final das contas foi uma experiencia muito interessante. Eu perdi a mensagem que eles queriam passar mas acabei tendo uma experiencia diferente porque minha sensibilidade foi despertada por essas outras coisas que normalmente sao "detalhes". E em alguns sketchs cômicos eu também ri nem sei bem porque mas era engraçado! Num deles os homens faziam papel das mulheres, com lenço na cabeça e bigode aparecendo.. E como acontece na musica, quando você nao entende a letra, se entrega à batida, à melodia, e apreende a cançao de uma forma diferente. Nao me arrependi portanto de ter ido la porque foi engraçado e diferente.
Isso é claro de 20h (quando começava) até mais ou menos às 22h, o que teria sido uma otima hora pra parar e ficar com gostinho de quero mais. Mas, infelizmente, os turcos nao pensam assim. Portanto às dez e meia a peça ainda estava rolando e eu quase rolando de sono na minha cadeira la atras. Nao que eu nao tenha gostado, eu gostei! Mas as coisas tem que ter uma duraçao razoavel. E mais de duas horas consecutivas de teatro em turco (acreditem) é demais! Sobretudo quando eles resolvem juntar todas as mulheres da peça para fazer um sketch (que era pra ser engraçado) mas no qual elas gritam tanto que você fica com dor de cabeça! E você com fome, ainda tinha a esperança de sair pra comer alguma coisa depois da peça (que você inocentemente acreditou que soh duraria 1 hora.. 1 hora e meia talvez..), além disso tah o maior frio lah fora e a sua casa estah longe, você tem que atravessar a cidade toda pra chegar lah... (bom, é claro, que a cidade toda nao passando de quatro, cinco quarteiroes, essa distancia diminui consideravelmente...) enfim, uma sensaçao de incomodo vai te invadindo e você espera que eles terminem logo a cantaria, que todos batam palmas e que você volte pra casa com a sensaçao de dever cumprido. Eh bien, isso estah longe de acontecer, os atores continuam num pique incrivel, e o publico parece apreciar bastante a atuaçao. Você olha pra um lado, olha pro outro... pega sua bolsa, olha o relogio e dah um ultimatum pra galera: ou vocês acabam isso ai em 5 minutos, ou eu vou ser obrigada a cometer a impolitez de abandonar a partida. Vamos la: 5, 4, 3, 2, 2 e meio... 2 e vinte e cinco.. 1 e meio.. 1 e vinte e cinco... 1 e quinze?... tah você desiste: levanta e sai. Nao tem jeito! Pelo menos ninguem reparou porque você tava la atras! Mas com certeza aprendeu a liçao: da proxima vez, vai perguntar que horas acaba...
A peça era feita de varios sketchs, alguns comicos, outros dramaticos, alguns monologos... enfim, tinha de tudo. Mas o mais interessante disso foi perceber o quanto o arte pode transpor barreiras. Como eu nao entendia as falas dos personagens, eu prestei muito mais atençao na expressao facial dos atores, no tom da voz, na expressao corporal, no cenario... e no final das contas foi uma experiencia muito interessante. Eu perdi a mensagem que eles queriam passar mas acabei tendo uma experiencia diferente porque minha sensibilidade foi despertada por essas outras coisas que normalmente sao "detalhes". E em alguns sketchs cômicos eu também ri nem sei bem porque mas era engraçado! Num deles os homens faziam papel das mulheres, com lenço na cabeça e bigode aparecendo.. E como acontece na musica, quando você nao entende a letra, se entrega à batida, à melodia, e apreende a cançao de uma forma diferente. Nao me arrependi portanto de ter ido la porque foi engraçado e diferente.
Isso é claro de 20h (quando começava) até mais ou menos às 22h, o que teria sido uma otima hora pra parar e ficar com gostinho de quero mais. Mas, infelizmente, os turcos nao pensam assim. Portanto às dez e meia a peça ainda estava rolando e eu quase rolando de sono na minha cadeira la atras. Nao que eu nao tenha gostado, eu gostei! Mas as coisas tem que ter uma duraçao razoavel. E mais de duas horas consecutivas de teatro em turco (acreditem) é demais! Sobretudo quando eles resolvem juntar todas as mulheres da peça para fazer um sketch (que era pra ser engraçado) mas no qual elas gritam tanto que você fica com dor de cabeça! E você com fome, ainda tinha a esperança de sair pra comer alguma coisa depois da peça (que você inocentemente acreditou que soh duraria 1 hora.. 1 hora e meia talvez..), além disso tah o maior frio lah fora e a sua casa estah longe, você tem que atravessar a cidade toda pra chegar lah... (bom, é claro, que a cidade toda nao passando de quatro, cinco quarteiroes, essa distancia diminui consideravelmente...) enfim, uma sensaçao de incomodo vai te invadindo e você espera que eles terminem logo a cantaria, que todos batam palmas e que você volte pra casa com a sensaçao de dever cumprido. Eh bien, isso estah longe de acontecer, os atores continuam num pique incrivel, e o publico parece apreciar bastante a atuaçao. Você olha pra um lado, olha pro outro... pega sua bolsa, olha o relogio e dah um ultimatum pra galera: ou vocês acabam isso ai em 5 minutos, ou eu vou ser obrigada a cometer a impolitez de abandonar a partida. Vamos la: 5, 4, 3, 2, 2 e meio... 2 e vinte e cinco.. 1 e meio.. 1 e vinte e cinco... 1 e quinze?... tah você desiste: levanta e sai. Nao tem jeito! Pelo menos ninguem reparou porque você tava la atras! Mas com certeza aprendeu a liçao: da proxima vez, vai perguntar que horas acaba...
samedi 10 avril 2010
uma questao de tamanho

uma das coisas que o estranjeiro (se ja nao tem o habito) aprende na Turquia é o ritual do cha (çay, em turco). Que na verdade nao é bem um ritual, mas, digamos, uma mania nacional. Onde quer que você va, sempre vai achar um lugarzinho pra tomar um cha. Porque o cha por aqui é pra todos os momentos: antes, durante e depois das refeiçoes! Tah de bobeira, tem um tempinho sobrando? Tah de papo furado? Senta num café e pede um cha. Pode ser pra um momento solitario ou numa roda de amigos, o chazinho cai sempre bem. Pode ser acompanhado de alguma coisa pra beliscar também (em geral de um simit: um paozinho com gergelim por cima...), ou entao (ainda melhor) de uma partida de tavla (backgammon) jogo muito apreciado por aqui!
O cha que eles bebem aqui é cha preto, nao muito forte, que vem num copinho pequeno e fino que é uma das marcas da turquia. E sempre vem acompanhado com duas pedrinhas de açucar e uma colherzinha. Mas, às vezes, eles servem o cha numa xicara normal, quando o cha é grande (porque o copinho é pequeno mesmo). Mas é impressionante como ele nao tem o mesmo gosto quando vem na xicara grande! Nao sei se jah peguei o habito do chazinho pequeno, mas quando vejo aquela xicara grande com aquela abinha pra colocar o dedo me sinto mal! Nao, isso nao é o çay! o verdadeiro, o tipico çay turco! Isso é um tea, um cha ocidental! Cada vez que peço cha e eles trazem na xicara grande me sinto mal, ofendida, tratada como uma turista que nao sabe apreciar o verdadeiro çay! porque o copinho do çay é algo especial, ele é fininho e o formato dele arredondado cabe certinho na mao, que esquenta com o calor do cha quente. Além disso, no copinho pequeno você nao fica enrolando, toma rapido porque ele esfria rapido e porque tem pouco mesmo. é o ideal pra pedir outro e continuar o papo! é todo um ritual, é toda uma cultura dentro daquele copinho! Até porque esse copinho de cha, eu soh vi aqui mesmo, nao sei se em outro pais eles tem o mesmo, mas pra mim esse vai continuar sendo o tipico cha turco, porque jah foram tantos chas, em torno de uma roda de amigos, ou sozinha, em momentos de reflexao... mas o chazinho tah sempre lah, presente, firme e forte esquentando a mao e o coraçao de todos, sem distinçao, nem preconceito!
A unica coisa que eu ainda nao consegui fazer foi uma estimativa de quantos chas por dia os turcos tomam, claro que isso depende muito da pessoa, do tempo livre que ela tem, e do budget... mas o maior numero que eu jah tive foi uma mulher que jah estava no seu nono cha ao meio-dia de um domingo... segundo ela porque estava de papo furado com os amigos... bom, a minha media tem sido de três à cinco chas por dia... é acho que ainda estou longe da média dos turcos, mas um dia eu chego lah. Inchallah!!
jeudi 8 avril 2010
Enquanto isso na metropole
Passei o ultimo final de semana em Istanbul, que nao é a capital da Turquia (que é Ankara). Mas que, como no caso do Rio de Janeiro e Sao Paulo (pra nao ofender nenhum leitor...), continua sendo a capital cultural, jah que é a maior cidade do pais (com 12 milhoes de habitantes!). Fui sozinha. Peguei o onibus aqui e em 6 horas estava lah. E de repente voltei a ser mais uma desconhacida naquela multidao de pessoas indo e vindo. A diferença entre as grandes metropoles e as cidades pequenas, do "interior", como a gente costuma dizer, é enorme. Na cidade grande você é mais um numero, mais uma sombra na multidao, a correria, a diversidade das pessoas: turistas, estrangeiros, turcos, todos se misturam e isso vira uma coisa meio amorfa, sem cor e sem logica. Mas é justamente ai que estah o charme da cidade grande. Ela pulsa, ela te pressiona, ela te engole. E você pode voltar a ser um incognito, você pode ser quem quiser. Descrevendo assim nao parece muito agradavel, mas quando você anda pela multidao, o vento soprando no seu rosto e você olha para os lados e vê centenas de pessoas diferentes: de paises diversos, de todas as idades, de todas as cores, cada um com uma historia... você sente as infinitas possibilidades que te cercam. Eh como se fosse o resumo do mundo em alguns passos. E você nao consegue se impedir de sorrir. E foi assim que eu consegui me desvencilhar por um tempo da minha identidade de estudante estrangeira pra virar mais uma na multidao, sem carteira nem documento. Mais uma alma perdida nessa maravilhosa e deslumbrante cidade!
Além disso, vale lembrar que Istanbul, desde sempre e até hoje, é um lugar de passagem: do leste para o oeste ou vice-versa. Dah pra sentir esse encontro de culturas na cidade. Eh um dos raros lugares onde você pode ver uma mulher coberta da cabeça aos pés ao lado de uma de mini-saia e salto alto pronta pra curtir a "night", sem que isso seja encarado como anormal. Os istambulenses estao acostumados com os turistas e com os "ocidentais", portanto, você nao sente tantos olhares (mesmo que eles também existam...) como acontece as vezes nas cidades pequenas. E o encontro cultural também existe no comercio, por exemplo: a gente pode encontrar Mc Donalds ao lado do tipico kebab turco, ou algumas grifes concorrendo com os bazares da cidade, comércio quase informal. E essa é justamente a maravilha da metropole: sao pessoas diferentes vivendo juntas e, consequentemente, um certo nivel de tolerancia acaba se impondo.
E nesse final de semana em especial eu acabei esbarrando com uma outra situaçao: a tolerancia religiosa. Era domingo, e eu passei por uma igreja que estava toda decorada, resolvi entrar achando que se tratava de um casamento, mas na verdade era a missa de pascoa (ops, quase tinha esquecido disso...). Fiquei um tempo lah, observando as pessoas. Nao pareciam turistas (alias a maior turista acho que era eu mesmo que ainda tive coragem de tirar umas fotos da missa sob o olhar reprovador de alguns fiéis...), eram moradores catolicos que vivem num pais de maioria musulmana. Mas nem por isso deixam de celebrar a pascoa. Eh engraçado ver como a relaçao muda quando você se transforma na minoria, no diferente. Você se sente bem em poder comemorar tranquilamente uma data importante na sua religiao com o seu "grupinho", os catolicos. Além disso, para a minha maior surpresa, descobri que algumas lojas de doces também fizeram ovos e galinhas (!) de chocolate especial pros catolicos! Tah, é claro que eles também querem aproveitar a oportunidade pra faturar, mas de qualquer forma nao deixa de ser uma demonstraçao de uma certa tolerancia com outras religioes. Eu sinceramente nao teria sentido muita falta de comemorar a pascoa (talvez pelo ovo de chocolate...), mas ironia do destino, acabei comemorando da forma mais espiritual possivel: participando da missa! E fiquei sem chocolate porque no final estava atrasada pra pegar meu onibus de volta. Fica pro ano que vem...
E pra quem pode comemorar: feliz pascoa (atrasada)!! com bastante ovinho de chocolate se possivel!
mardi 6 avril 2010
Isso soh aqui! (Like a star)
Aconteceu comigo semana passada:
Estava esperando alguem na frente do prédio dos correios. De repente:
"_ Com licença você é a Sabina?"
você olha expantada. Como ele te conhece? você responde hesitante:
"_ é... sim, sou eu... "
Ele responde empolgado:
"_Você é uma estudante erasmus que vem da França."
Tah, agora você estah levemente preocupada: de duas uma ou têm cameras escondidas e isso é uma pegadinha ou entao você conhece o cara de algum lugar: você pensa, procura: a cara dele nao te diz nada... universidade? nao, acho que nao... algum amigo de um amigo? pode ser... você encontrou muito gente, nao tem como lembrar de todo mundo de qualquer forma. Mas uma coisa é certa: se vocês se conhecem foi alguma coisa rapida, portanto como ele pode saber de tudo isso?? você desiste, de qualquer forma o cara tah paradao na sua frente, você nao tem muito como fugir. Desiste e decide apelar:
"_é, isso mesmo. Mas a gente se conhece?"
"_Nao, nao... (ufa! você pensa... porque se ele fosse um daqueles chatos que ainda querem que você lembre o nome TURCO dele ia ser dificil...) mas eu sou um ex-estudante erasmus... bla bla bla... fui pra Alemanha.. bla bla bla"
O cara era legal, ele soh queria se apresentar e te conhecer. Eh incrivel! Soh aqui mesmo pra você virar uma estrela na cidade porque é um estudante erasmus! Se bem que por aqui eu acho que sou a coisa mais exotica que eles jah viram: uma brasileira branca com cara de turca que mora na França! Agora eu sei como é duro ser famosa! Pelo menos por enquanto ninguém pediu autografo, mas pelo visto nao vai demorar. (eu inclusive também jah sai no jornal da cidade... materia sobre uma noite de salsa...) Portanto jah providenciei oculos escuros e chapeu pra ver se escapo dos fans... soh nao sei como vai ser quando chegarem os paparazzi....
Diferenças e semelhanças 1
Desda época que eu cheguei aqui na Turquia (ou seja, ha dois meses atras), muita me fascina as semelhanças que tenho observado entre a cultura turca e a nossa (brasileira). Por incrivel que isso possa parecer, nos temos, sim, muito em comum. Algumas coisas sao mais faceis de notar, por exemplo: a falta de organizaçao, a bagunça que reina nas ruas, o movimento, os barulhos constantes, a roupa pendurada na corda, etc. Isso é um pouco a paisagem que desnorteia muitos europeus e que para nos, muito pelo contrario, nos faz sentir "em casa". Até ai tudo bem. Mas o mais fascinante tem sido pra mim descobrir comportamentos familiares. Por exemplo, o fato de que aqui as pessoas te tocam. Naquelas situaçoes tipo: "E ai tudo bem?" e tapinha nas costas. Pras meninas é sempre: "oi!! como você tah?" e três beijinhos e/ou um abraço apertado. Parecem coisas pequenas, e realmente sao quase "detalhes", mas eles mudam tudo! A relaçao que estabelecemos com as pessoas aqui (como na Brasil) nao é algo distante, formal e respeitoso. Nao, por aqui a gente se pega, se abraça, se beija, porque o afeto é algo que transparece. Nao existe, como na Europa por exemplo, a noçao (e o respeito) do espaço do outro. Na Europa o individuo é muito respeitado, o seu espaço, o seu corpo, sao seus, inviolaveis. Por isso, nao existe essa troca, essa "invasao" que ocorre por aqui. E é justamente por isso também que os europeus muitas vezes nao sabem lidar muito bem com certas situaçoes. Experimente isso: dê um forte abraço num francês, por exemplo, e você logo sente o corpo dele completamente rigido, os braços ao longo do corpo sem qualquer movimento. O cara sua frio e quase implora pra você largar ele. Eles nao sabem como reagir. Eles nao tem essa naturalidade com o toque. Por aqui, ao contrario, quando você dah um forte abraço, quem é quase sufocado é você de tanto que o cara te aperta!! Porque isso é demonstrar o afeto, o querer-bem. E além disso, para os turcos acolher bem os visitantes também é importantissimo. Portanto, você, como estrangeiro tem que sentir esse querer-bem na carne! Eu tenho aproveitado minha estadia por aqui pra fazer um estoque de abraços apertados, porque soh eu sei a falta que eles me fazem nas respeituosas e frias terras europeias... portanto pra vocês todos deixo aquele forte abraço (com tapinha nas costas)!
lundi 5 avril 2010
Voltei
Ola caros leitores!
Antes de mais nada devo desculpas pelo sumiço. Nao venho aqui ha algum tempo (virgula... nao toh achando a virgula no teclado turco...) mas nesses ultimos dias nao tive muito tempo livre (alias nao sei muito bem porque...). Portanto vou fazer uma retrospectiva do que ocorreu nessas ultimas semanas.
Primeiro eu passei um final de semana bem legal em Izmir (que é uma cidade grande - a 3a maior da Turquia com 3,3 milhoes de habitantes). Fui com um casal de amigos Bulgaros e a minha fıel companheira Seyma, (achei!) que mora comigo em Canakkale. Foi divertido e agradavel. O mais interessante nessa viagem foi:
_descobrir que os Bulgaros e os Turcos podem trocar de pais quando quizerem sem morrer de fome. Porque TODOS os nomes dos tipicos pratos turcos sao iguais em Bulgaro.
_ descobrir que, contra qualquer expectativa, nos tambem possuimos algumas palavras comuns com os Turcos, como por exemplo: toalete (como nos pronunciamos em bom portugues..), versao turca: tuvalet; ou por exemplo bicicleta que eles dizem bisiklet ou ainda bebe que eles chamam de bebek. Voces podem, evidentemente, me lembrar que com essas 3 palavras fica dificil formar uma frase, ao que eu respondo que nao senhor(es)! Numa urgencia voce pode precisar dizer que o bebe pegou a bicicleta e foi ao banheiro! Se isso nao faz muito sentido agora, pode ser que um dia voce perceba a utilidade dessa frase... a gente nunca sabe...
_ descobrir que tambem temos algumas palavras em comum com os Bulgaros!!! Vejam voces como eh expantoso e magnifico! Como por exemplo: contrabando, que eles dizem contrabanda!! A utilidade dessa palavra sendo obvia, creio que nao preciso exemplificar casos nos quais voces (nao se preocupem, nao citarei nomes) possam precisar dela! E tem tambem... tem tambem... eh, na verdade eu soh achei essa mesmo, mas dah um tempo, eh bulgaro neh rapaz?
Além disso, aproveitei, é claro, a paisagem da cidade à beira do mar e a experiencia de ficar na casa de uma familia turca, calorosa como as nossas. Mas sobre essa parte eu vou falar depois com mais calma. Por enquanto fica isso aqui... mais nos proximos capitulos!
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