jeudi 27 mai 2010
En mode solo...
Viajando e descobrindo a capital da Turquıa (que muito lembra meu Rio de Janeiro que, tenho certeza, continua lindo!). Por isso nao publicarei novos textos por enquanto... depois compartilharei as impressoes daqui! C'est promis!
vendredi 21 mai 2010
O barato de deus...
Dialogo outro dia com um jovem turco que apesar de nao falar muito bem ingles, resolveu iniciar um papo sobre religiao comigo.
Ele estava falando sobre o que a pessoa deveria responder quando alguém te manda um "selam" (calma pessoal, isso é apenas um oi, um alo..):
Ele: _ Yes, Sabina...
eu: _ yes... (tipo yes sabina o que? se você nao falou nada?)
Ele: _god... (allah) is high...
(sabina rola no chao de tanto rir...)
eu: _ are you sure? well, but actually, you must be right! It DOES make a lot of sense...
ele com uma cara muito espantada (aqui eu preciso fazer um pequeno parenteses... alias um grande: é preciso saber que os turcos, ao contrario dos brasileiros, nao sao muito maliciosos, demoram um pouco a perceber a ironia e as piadinhas sacanas...):
_ sabina? ha?
eu (tentando explicar): _ you said: god is high. You know: Kafam iyi... (i'm high em turco)
Ele: yes, god is high and you say Aleyküm selam when someone say selam you. ok?
eu (hum... acho que vai ficar dificil explicar... mas nao podendo controlar um risinho do canto da boca...): _ok!
Resultado: fiquei rindo sozinha mas aprendi o que devo dizer quando alguém te manda um selam, so nao sei o que isso significa, e muito menos o que o barato de deus tem a ver com tudo isso..
Bom, e pra vocês, meus amigos, mando aquele "selam"! (agora vocês também ja sabem como responder...)
Ele estava falando sobre o que a pessoa deveria responder quando alguém te manda um "selam" (calma pessoal, isso é apenas um oi, um alo..):
Ele: _ Yes, Sabina...
eu: _ yes... (tipo yes sabina o que? se você nao falou nada?)
Ele: _god... (allah) is high...
(sabina rola no chao de tanto rir...)
eu: _ are you sure? well, but actually, you must be right! It DOES make a lot of sense...
ele com uma cara muito espantada (aqui eu preciso fazer um pequeno parenteses... alias um grande: é preciso saber que os turcos, ao contrario dos brasileiros, nao sao muito maliciosos, demoram um pouco a perceber a ironia e as piadinhas sacanas...):
_ sabina? ha?
eu (tentando explicar): _ you said: god is high. You know: Kafam iyi... (i'm high em turco)
Ele: yes, god is high and you say Aleyküm selam when someone say selam you. ok?
eu (hum... acho que vai ficar dificil explicar... mas nao podendo controlar um risinho do canto da boca...): _ok!
Resultado: fiquei rindo sozinha mas aprendi o que devo dizer quando alguém te manda um selam, so nao sei o que isso significa, e muito menos o que o barato de deus tem a ver com tudo isso..
Bom, e pra vocês, meus amigos, mando aquele "selam"! (agora vocês também ja sabem como responder...)
dimanche 16 mai 2010
Nem ai para o mundo
Nada melhor do que a sensaçao de nao estar nem ai para o mundo! Que coisa boa de vez em quando estar meio fora da realidade e curtir esse momento sem se preocupar com os outros. Isso aconteceu comigo ontem. Ontem foi um dia agitadissimo na cidade: era o ultimo dia do festival da primavera, e uma banda bem famosa na Turquia, chamada Dumman, veio pra ca fazer um show. Todos os estudantes correram pra la pra nao perder essa. Enquanto eles corriam pra la, eu corria na direçao oposta. Eu nao estava exatamente fugindo do show, mas nao conheço a banda, nem as musicas que eles tocam, e além disso sei que é uma banda de rock’n’roll, genero musical que eu aprecio proporcionalmente à quantidade de cerveja que consumo (ou as vezes nem assim…). Portanto, sai sorrateiramente e escapei dessa! De quebra ainda carregei uns amigos (estrangeiros, claro) que nao curtem muito musica turca.
Depois, no caminho de casa, descobri que naquela noite também estava rolando o jogo de um dos maiores (senao O maior…) times da Turquia: o Fenerbahçe. Eu nao sou torcedora do Fenerbahçe, e nem de nenhum outro time daqui, ou mesmo do Brasil… nao sao fa de futebol, portanto, também nao me apeteceu a idéia de conferir o jogo. Fiz algo bem melhor: acompanhada dos meus amigos estrageiros, passei no supermercado comprei queijo, vinho e pao e depois fomos la pra casa assistir um filme frances! Nao poderia ter escolhido nada melhor! A cidade inteira estava agitada e euforica, e a gente na maior tranquilidade curtindo um cineminha! Eita sensaçao boa essa: quando você faz um programa so pra você, pro seu prazer, e pouco importa que essa banda seja A banda, que o jogo seja O jogo… de que adianta fazer essas coisas se elas nao sao tao importantes pra você? So pra acompanhar os outros? So pra dizer que também estava la? Nao, nada como nao estar nem ai para o mundo, e se entregar à prazeres individuais!
E mesmo quando, depois do ocorrido, as pessoas vem correndo pra te contar como o show foi maravilhoso e como todos se divertiram: você nao sente o menor arrependimento, e muito menos inveja, porque simplismente naquela noite você estava exatemente onde queria (e escolheu) estar!
Depois, no caminho de casa, descobri que naquela noite também estava rolando o jogo de um dos maiores (senao O maior…) times da Turquia: o Fenerbahçe. Eu nao sou torcedora do Fenerbahçe, e nem de nenhum outro time daqui, ou mesmo do Brasil… nao sao fa de futebol, portanto, também nao me apeteceu a idéia de conferir o jogo. Fiz algo bem melhor: acompanhada dos meus amigos estrageiros, passei no supermercado comprei queijo, vinho e pao e depois fomos la pra casa assistir um filme frances! Nao poderia ter escolhido nada melhor! A cidade inteira estava agitada e euforica, e a gente na maior tranquilidade curtindo um cineminha! Eita sensaçao boa essa: quando você faz um programa so pra você, pro seu prazer, e pouco importa que essa banda seja A banda, que o jogo seja O jogo… de que adianta fazer essas coisas se elas nao sao tao importantes pra você? So pra acompanhar os outros? So pra dizer que também estava la? Nao, nada como nao estar nem ai para o mundo, e se entregar à prazeres individuais!
E mesmo quando, depois do ocorrido, as pessoas vem correndo pra te contar como o show foi maravilhoso e como todos se divertiram: você nao sente o menor arrependimento, e muito menos inveja, porque simplismente naquela noite você estava exatemente onde queria (e escolheu) estar!
samedi 15 mai 2010
Retrospectiva
Nossa, quanto tempo rolou, quanta agua ja passou debaixo dessa ponte desda ultima vez que eu atualizei o blog! Que vergonha! Ainda mais porque a ultima noticia foi um choramingo e um grande desabafo...
Bom, entao vamos lah para a retrospectiva das ultimas semanas:
1) Recebi visitas MUITO especiais por aqui. E fiquei mostrando um pouco da cidade e compartilhando momentos de cumplicidade com pessoas que sao essenciais na minha vida.
2) Participei de um curta sobre uma menina louca por bolinhas e pontilhados que procura um sapato (adivinhem) pontinhado com bolinhas!!! hahaha.. infelizmente nao foi montado a tempo pra seleçao de cannes, quem sabe ano que vem...
3) aluguei um carro e fiz uns passeios pela regiao.
4) Com tanta atividade assim nao deu outra: fiquei doente! nada muito serio, mas o suficiente para:
a) me obrigar a parar todas as atividades em curso (incluindo o blog)
b) ficar quietinha na cama (ou quase)
c) me ver obrigada a uma escapadela "forçada" à paris pra recuperar as forças totalmente!
Bom, depois disso tudo, voltei pra ca e pra minha pacata e deliciosa vida de cha, diversao e ociosidade! (bom, nem tanta ociosidade assim porque com o final do semestre chegando tenho que preparar uns trabalhos...). E encontrei a cidade muito mais agitada com o verao que se anuncia devido ao aumento da temperatura (média de 27°C) e com os turistas que começam a brotar. E pra completar o quadro esses dias tava rolando o festival de primavera promovido pela faculdade, o que traduzindo, significa: centenas de estudantes universitarios reunidos comendo, bebendo, fumando e se divertindo o dia inteiro e curtindo, de quebra, um show à noite (que pode ser pop, rock, ou eletronico)... mas sobre isso eu falo depois! Voilà, por enquanto é so!
Bom, entao vamos lah para a retrospectiva das ultimas semanas:
1) Recebi visitas MUITO especiais por aqui. E fiquei mostrando um pouco da cidade e compartilhando momentos de cumplicidade com pessoas que sao essenciais na minha vida.
2) Participei de um curta sobre uma menina louca por bolinhas e pontilhados que procura um sapato (adivinhem) pontinhado com bolinhas!!! hahaha.. infelizmente nao foi montado a tempo pra seleçao de cannes, quem sabe ano que vem...
3) aluguei um carro e fiz uns passeios pela regiao.
4) Com tanta atividade assim nao deu outra: fiquei doente! nada muito serio, mas o suficiente para:
a) me obrigar a parar todas as atividades em curso (incluindo o blog)
b) ficar quietinha na cama (ou quase)
c) me ver obrigada a uma escapadela "forçada" à paris pra recuperar as forças totalmente!
Bom, depois disso tudo, voltei pra ca e pra minha pacata e deliciosa vida de cha, diversao e ociosidade! (bom, nem tanta ociosidade assim porque com o final do semestre chegando tenho que preparar uns trabalhos...). E encontrei a cidade muito mais agitada com o verao que se anuncia devido ao aumento da temperatura (média de 27°C) e com os turistas que começam a brotar. E pra completar o quadro esses dias tava rolando o festival de primavera promovido pela faculdade, o que traduzindo, significa: centenas de estudantes universitarios reunidos comendo, bebendo, fumando e se divertindo o dia inteiro e curtindo, de quebra, um show à noite (que pode ser pop, rock, ou eletronico)... mas sobre isso eu falo depois! Voilà, por enquanto é so!
mardi 20 avril 2010
Era uma casa muito engraçada...
Moro num apê com duas meninas, turcas. até ai tudo bem. Maravilha. Cada uma tem um quarto. Beleza! Mas depois disso começam os problemas: o banheiro tah vazando: todo dia de manha o chao ta molhado! Ninguem se mexeu pra consertar a nao ser eu! Comprei outra mangeira, comprei alicate e lah fui eu trocar a parada... nao consegui! A mangueira tava pressa com tanta força que eu nao consegui tirar... resultado: ficou assim mesmo! Depois disso ainda tem a questao da limpeza: essas meninas nao limpam nada! A cozinha tah sempre suja, a pia é um nojo! ninguem lava o prato depois de comer. Fica tudo lah empilhado até que eu tenha um ataque e lave tudo! Em geral de manha, quando olho aquela montanha asquerosa e nao consigo fazer outra coisa senao lavar! (tah tudo bem, as vezes elas tambem lavam... algumas vezes, principalmente quando querem cozinhar e jah nao tem mais nada limpo...) Isso é como começa meu maravilhoso dia!
Isso sem falar na musica... ah a musica!!!! Eu sinto como se estivesse ouvindo radio numa emissao que nao escolhi.. mas que sou obrigada a ouvir porque minha amada colocataria nao pode ouvir musica baixa... alias nem musica, nem filme... entao eu chego e é aquele rock'n'roll o dia inteiro!!!!!! ahhhhhhhhhh!!! Bom dia, você acaba de entrar na estaçao que nao respeita hora, nem local, nem mal humor das pessoas ao redor.. porque aqui é assim: musica à todo volume a noite inteira, isso quando nao é acompanhada de cantoria também... outro dia foi o pior de todos: uma ouvindo musica com o som nas alturas e a outra que queria ver um filme teve que fazer o mesmo e a terceira (eu) que estava com dor de cabeça se ferrou!
E o problema é que é super chato ficar dando uma de mamae e pedindo pra abaixar o volume, pra lavar o prato... etc, ah a convivencia é um exercicio filosofico: é se colocar em questao, pensar, re-analisar as situaçoes, tentar achar saidas, compromissos, buscar caminhos alternativos... e haja paciencia pra tudo isso! E olha que eu nao sou pavio curto nao... mas tudo tem limite! Enfim, peço desculpas pelo desabafo mas precisava compartilhar esse momento de profundo mal humor e total desesperança (é assim que se fala em portugues? désespoir...)
Mas aparentemente esse problema nao acontece soh aqui em casa nao... pelo que jah conversei com minhas outras amigas do intercambio, em geral, as meninas sao bagunceiras e nao limpam muito nao... é vai ver que é diferença cultural...
Isso sem falar na musica... ah a musica!!!! Eu sinto como se estivesse ouvindo radio numa emissao que nao escolhi.. mas que sou obrigada a ouvir porque minha amada colocataria nao pode ouvir musica baixa... alias nem musica, nem filme... entao eu chego e é aquele rock'n'roll o dia inteiro!!!!!! ahhhhhhhhhh!!! Bom dia, você acaba de entrar na estaçao que nao respeita hora, nem local, nem mal humor das pessoas ao redor.. porque aqui é assim: musica à todo volume a noite inteira, isso quando nao é acompanhada de cantoria também... outro dia foi o pior de todos: uma ouvindo musica com o som nas alturas e a outra que queria ver um filme teve que fazer o mesmo e a terceira (eu) que estava com dor de cabeça se ferrou!
E o problema é que é super chato ficar dando uma de mamae e pedindo pra abaixar o volume, pra lavar o prato... etc, ah a convivencia é um exercicio filosofico: é se colocar em questao, pensar, re-analisar as situaçoes, tentar achar saidas, compromissos, buscar caminhos alternativos... e haja paciencia pra tudo isso! E olha que eu nao sou pavio curto nao... mas tudo tem limite! Enfim, peço desculpas pelo desabafo mas precisava compartilhar esse momento de profundo mal humor e total desesperança (é assim que se fala em portugues? désespoir...)
Mas aparentemente esse problema nao acontece soh aqui em casa nao... pelo que jah conversei com minhas outras amigas do intercambio, em geral, as meninas sao bagunceiras e nao limpam muito nao... é vai ver que é diferença cultural...
jeudi 15 avril 2010
Alaturka
Outro dia arrisquei uma ida ao teatro. Primeiro porque é baratissimo. Segundo porque uma das atrizes me convidou para dar uma conferida. E terceiro porque nessa pequena (minuscula?) cidade de 95.000 habitantes as ofertas de programas culturais e afins sao ligeiramente limitadas (como vocês podem imaginar). Entao la fui eu pra assistir uma peça sobre a qual eu nao tinha qualquer informaçao além da hora, local e data. Nao preciso dizer que era em turco neh? Isso vocês também podem imaginar. Ou seja, eu ja sabia que nao entenderia nada. Enfim, cheguei la (levemente atrasada... 5 minutinhos) e descobri que se tratava de um musical. Oba! pensei. Porque pelo menos com musica tudo parece mais agradavel e é uma das raras coisas que eu posso "entender" (mesmo que nao compreenda a letra), sem ter a impressao de estar sendo excluida.
A peça era feita de varios sketchs, alguns comicos, outros dramaticos, alguns monologos... enfim, tinha de tudo. Mas o mais interessante disso foi perceber o quanto o arte pode transpor barreiras. Como eu nao entendia as falas dos personagens, eu prestei muito mais atençao na expressao facial dos atores, no tom da voz, na expressao corporal, no cenario... e no final das contas foi uma experiencia muito interessante. Eu perdi a mensagem que eles queriam passar mas acabei tendo uma experiencia diferente porque minha sensibilidade foi despertada por essas outras coisas que normalmente sao "detalhes". E em alguns sketchs cômicos eu também ri nem sei bem porque mas era engraçado! Num deles os homens faziam papel das mulheres, com lenço na cabeça e bigode aparecendo.. E como acontece na musica, quando você nao entende a letra, se entrega à batida, à melodia, e apreende a cançao de uma forma diferente. Nao me arrependi portanto de ter ido la porque foi engraçado e diferente.
Isso é claro de 20h (quando começava) até mais ou menos às 22h, o que teria sido uma otima hora pra parar e ficar com gostinho de quero mais. Mas, infelizmente, os turcos nao pensam assim. Portanto às dez e meia a peça ainda estava rolando e eu quase rolando de sono na minha cadeira la atras. Nao que eu nao tenha gostado, eu gostei! Mas as coisas tem que ter uma duraçao razoavel. E mais de duas horas consecutivas de teatro em turco (acreditem) é demais! Sobretudo quando eles resolvem juntar todas as mulheres da peça para fazer um sketch (que era pra ser engraçado) mas no qual elas gritam tanto que você fica com dor de cabeça! E você com fome, ainda tinha a esperança de sair pra comer alguma coisa depois da peça (que você inocentemente acreditou que soh duraria 1 hora.. 1 hora e meia talvez..), além disso tah o maior frio lah fora e a sua casa estah longe, você tem que atravessar a cidade toda pra chegar lah... (bom, é claro, que a cidade toda nao passando de quatro, cinco quarteiroes, essa distancia diminui consideravelmente...) enfim, uma sensaçao de incomodo vai te invadindo e você espera que eles terminem logo a cantaria, que todos batam palmas e que você volte pra casa com a sensaçao de dever cumprido. Eh bien, isso estah longe de acontecer, os atores continuam num pique incrivel, e o publico parece apreciar bastante a atuaçao. Você olha pra um lado, olha pro outro... pega sua bolsa, olha o relogio e dah um ultimatum pra galera: ou vocês acabam isso ai em 5 minutos, ou eu vou ser obrigada a cometer a impolitez de abandonar a partida. Vamos la: 5, 4, 3, 2, 2 e meio... 2 e vinte e cinco.. 1 e meio.. 1 e vinte e cinco... 1 e quinze?... tah você desiste: levanta e sai. Nao tem jeito! Pelo menos ninguem reparou porque você tava la atras! Mas com certeza aprendeu a liçao: da proxima vez, vai perguntar que horas acaba...
A peça era feita de varios sketchs, alguns comicos, outros dramaticos, alguns monologos... enfim, tinha de tudo. Mas o mais interessante disso foi perceber o quanto o arte pode transpor barreiras. Como eu nao entendia as falas dos personagens, eu prestei muito mais atençao na expressao facial dos atores, no tom da voz, na expressao corporal, no cenario... e no final das contas foi uma experiencia muito interessante. Eu perdi a mensagem que eles queriam passar mas acabei tendo uma experiencia diferente porque minha sensibilidade foi despertada por essas outras coisas que normalmente sao "detalhes". E em alguns sketchs cômicos eu também ri nem sei bem porque mas era engraçado! Num deles os homens faziam papel das mulheres, com lenço na cabeça e bigode aparecendo.. E como acontece na musica, quando você nao entende a letra, se entrega à batida, à melodia, e apreende a cançao de uma forma diferente. Nao me arrependi portanto de ter ido la porque foi engraçado e diferente.
Isso é claro de 20h (quando começava) até mais ou menos às 22h, o que teria sido uma otima hora pra parar e ficar com gostinho de quero mais. Mas, infelizmente, os turcos nao pensam assim. Portanto às dez e meia a peça ainda estava rolando e eu quase rolando de sono na minha cadeira la atras. Nao que eu nao tenha gostado, eu gostei! Mas as coisas tem que ter uma duraçao razoavel. E mais de duas horas consecutivas de teatro em turco (acreditem) é demais! Sobretudo quando eles resolvem juntar todas as mulheres da peça para fazer um sketch (que era pra ser engraçado) mas no qual elas gritam tanto que você fica com dor de cabeça! E você com fome, ainda tinha a esperança de sair pra comer alguma coisa depois da peça (que você inocentemente acreditou que soh duraria 1 hora.. 1 hora e meia talvez..), além disso tah o maior frio lah fora e a sua casa estah longe, você tem que atravessar a cidade toda pra chegar lah... (bom, é claro, que a cidade toda nao passando de quatro, cinco quarteiroes, essa distancia diminui consideravelmente...) enfim, uma sensaçao de incomodo vai te invadindo e você espera que eles terminem logo a cantaria, que todos batam palmas e que você volte pra casa com a sensaçao de dever cumprido. Eh bien, isso estah longe de acontecer, os atores continuam num pique incrivel, e o publico parece apreciar bastante a atuaçao. Você olha pra um lado, olha pro outro... pega sua bolsa, olha o relogio e dah um ultimatum pra galera: ou vocês acabam isso ai em 5 minutos, ou eu vou ser obrigada a cometer a impolitez de abandonar a partida. Vamos la: 5, 4, 3, 2, 2 e meio... 2 e vinte e cinco.. 1 e meio.. 1 e vinte e cinco... 1 e quinze?... tah você desiste: levanta e sai. Nao tem jeito! Pelo menos ninguem reparou porque você tava la atras! Mas com certeza aprendeu a liçao: da proxima vez, vai perguntar que horas acaba...
samedi 10 avril 2010
uma questao de tamanho

uma das coisas que o estranjeiro (se ja nao tem o habito) aprende na Turquia é o ritual do cha (çay, em turco). Que na verdade nao é bem um ritual, mas, digamos, uma mania nacional. Onde quer que você va, sempre vai achar um lugarzinho pra tomar um cha. Porque o cha por aqui é pra todos os momentos: antes, durante e depois das refeiçoes! Tah de bobeira, tem um tempinho sobrando? Tah de papo furado? Senta num café e pede um cha. Pode ser pra um momento solitario ou numa roda de amigos, o chazinho cai sempre bem. Pode ser acompanhado de alguma coisa pra beliscar também (em geral de um simit: um paozinho com gergelim por cima...), ou entao (ainda melhor) de uma partida de tavla (backgammon) jogo muito apreciado por aqui!
O cha que eles bebem aqui é cha preto, nao muito forte, que vem num copinho pequeno e fino que é uma das marcas da turquia. E sempre vem acompanhado com duas pedrinhas de açucar e uma colherzinha. Mas, às vezes, eles servem o cha numa xicara normal, quando o cha é grande (porque o copinho é pequeno mesmo). Mas é impressionante como ele nao tem o mesmo gosto quando vem na xicara grande! Nao sei se jah peguei o habito do chazinho pequeno, mas quando vejo aquela xicara grande com aquela abinha pra colocar o dedo me sinto mal! Nao, isso nao é o çay! o verdadeiro, o tipico çay turco! Isso é um tea, um cha ocidental! Cada vez que peço cha e eles trazem na xicara grande me sinto mal, ofendida, tratada como uma turista que nao sabe apreciar o verdadeiro çay! porque o copinho do çay é algo especial, ele é fininho e o formato dele arredondado cabe certinho na mao, que esquenta com o calor do cha quente. Além disso, no copinho pequeno você nao fica enrolando, toma rapido porque ele esfria rapido e porque tem pouco mesmo. é o ideal pra pedir outro e continuar o papo! é todo um ritual, é toda uma cultura dentro daquele copinho! Até porque esse copinho de cha, eu soh vi aqui mesmo, nao sei se em outro pais eles tem o mesmo, mas pra mim esse vai continuar sendo o tipico cha turco, porque jah foram tantos chas, em torno de uma roda de amigos, ou sozinha, em momentos de reflexao... mas o chazinho tah sempre lah, presente, firme e forte esquentando a mao e o coraçao de todos, sem distinçao, nem preconceito!
A unica coisa que eu ainda nao consegui fazer foi uma estimativa de quantos chas por dia os turcos tomam, claro que isso depende muito da pessoa, do tempo livre que ela tem, e do budget... mas o maior numero que eu jah tive foi uma mulher que jah estava no seu nono cha ao meio-dia de um domingo... segundo ela porque estava de papo furado com os amigos... bom, a minha media tem sido de três à cinco chas por dia... é acho que ainda estou longe da média dos turcos, mas um dia eu chego lah. Inchallah!!
jeudi 8 avril 2010
Enquanto isso na metropole
Passei o ultimo final de semana em Istanbul, que nao é a capital da Turquia (que é Ankara). Mas que, como no caso do Rio de Janeiro e Sao Paulo (pra nao ofender nenhum leitor...), continua sendo a capital cultural, jah que é a maior cidade do pais (com 12 milhoes de habitantes!). Fui sozinha. Peguei o onibus aqui e em 6 horas estava lah. E de repente voltei a ser mais uma desconhacida naquela multidao de pessoas indo e vindo. A diferença entre as grandes metropoles e as cidades pequenas, do "interior", como a gente costuma dizer, é enorme. Na cidade grande você é mais um numero, mais uma sombra na multidao, a correria, a diversidade das pessoas: turistas, estrangeiros, turcos, todos se misturam e isso vira uma coisa meio amorfa, sem cor e sem logica. Mas é justamente ai que estah o charme da cidade grande. Ela pulsa, ela te pressiona, ela te engole. E você pode voltar a ser um incognito, você pode ser quem quiser. Descrevendo assim nao parece muito agradavel, mas quando você anda pela multidao, o vento soprando no seu rosto e você olha para os lados e vê centenas de pessoas diferentes: de paises diversos, de todas as idades, de todas as cores, cada um com uma historia... você sente as infinitas possibilidades que te cercam. Eh como se fosse o resumo do mundo em alguns passos. E você nao consegue se impedir de sorrir. E foi assim que eu consegui me desvencilhar por um tempo da minha identidade de estudante estrangeira pra virar mais uma na multidao, sem carteira nem documento. Mais uma alma perdida nessa maravilhosa e deslumbrante cidade!
Além disso, vale lembrar que Istanbul, desde sempre e até hoje, é um lugar de passagem: do leste para o oeste ou vice-versa. Dah pra sentir esse encontro de culturas na cidade. Eh um dos raros lugares onde você pode ver uma mulher coberta da cabeça aos pés ao lado de uma de mini-saia e salto alto pronta pra curtir a "night", sem que isso seja encarado como anormal. Os istambulenses estao acostumados com os turistas e com os "ocidentais", portanto, você nao sente tantos olhares (mesmo que eles também existam...) como acontece as vezes nas cidades pequenas. E o encontro cultural também existe no comercio, por exemplo: a gente pode encontrar Mc Donalds ao lado do tipico kebab turco, ou algumas grifes concorrendo com os bazares da cidade, comércio quase informal. E essa é justamente a maravilha da metropole: sao pessoas diferentes vivendo juntas e, consequentemente, um certo nivel de tolerancia acaba se impondo.
E nesse final de semana em especial eu acabei esbarrando com uma outra situaçao: a tolerancia religiosa. Era domingo, e eu passei por uma igreja que estava toda decorada, resolvi entrar achando que se tratava de um casamento, mas na verdade era a missa de pascoa (ops, quase tinha esquecido disso...). Fiquei um tempo lah, observando as pessoas. Nao pareciam turistas (alias a maior turista acho que era eu mesmo que ainda tive coragem de tirar umas fotos da missa sob o olhar reprovador de alguns fiéis...), eram moradores catolicos que vivem num pais de maioria musulmana. Mas nem por isso deixam de celebrar a pascoa. Eh engraçado ver como a relaçao muda quando você se transforma na minoria, no diferente. Você se sente bem em poder comemorar tranquilamente uma data importante na sua religiao com o seu "grupinho", os catolicos. Além disso, para a minha maior surpresa, descobri que algumas lojas de doces também fizeram ovos e galinhas (!) de chocolate especial pros catolicos! Tah, é claro que eles também querem aproveitar a oportunidade pra faturar, mas de qualquer forma nao deixa de ser uma demonstraçao de uma certa tolerancia com outras religioes. Eu sinceramente nao teria sentido muita falta de comemorar a pascoa (talvez pelo ovo de chocolate...), mas ironia do destino, acabei comemorando da forma mais espiritual possivel: participando da missa! E fiquei sem chocolate porque no final estava atrasada pra pegar meu onibus de volta. Fica pro ano que vem...
E pra quem pode comemorar: feliz pascoa (atrasada)!! com bastante ovinho de chocolate se possivel!
mardi 6 avril 2010
Isso soh aqui! (Like a star)
Aconteceu comigo semana passada:
Estava esperando alguem na frente do prédio dos correios. De repente:
"_ Com licença você é a Sabina?"
você olha expantada. Como ele te conhece? você responde hesitante:
"_ é... sim, sou eu... "
Ele responde empolgado:
"_Você é uma estudante erasmus que vem da França."
Tah, agora você estah levemente preocupada: de duas uma ou têm cameras escondidas e isso é uma pegadinha ou entao você conhece o cara de algum lugar: você pensa, procura: a cara dele nao te diz nada... universidade? nao, acho que nao... algum amigo de um amigo? pode ser... você encontrou muito gente, nao tem como lembrar de todo mundo de qualquer forma. Mas uma coisa é certa: se vocês se conhecem foi alguma coisa rapida, portanto como ele pode saber de tudo isso?? você desiste, de qualquer forma o cara tah paradao na sua frente, você nao tem muito como fugir. Desiste e decide apelar:
"_é, isso mesmo. Mas a gente se conhece?"
"_Nao, nao... (ufa! você pensa... porque se ele fosse um daqueles chatos que ainda querem que você lembre o nome TURCO dele ia ser dificil...) mas eu sou um ex-estudante erasmus... bla bla bla... fui pra Alemanha.. bla bla bla"
O cara era legal, ele soh queria se apresentar e te conhecer. Eh incrivel! Soh aqui mesmo pra você virar uma estrela na cidade porque é um estudante erasmus! Se bem que por aqui eu acho que sou a coisa mais exotica que eles jah viram: uma brasileira branca com cara de turca que mora na França! Agora eu sei como é duro ser famosa! Pelo menos por enquanto ninguém pediu autografo, mas pelo visto nao vai demorar. (eu inclusive também jah sai no jornal da cidade... materia sobre uma noite de salsa...) Portanto jah providenciei oculos escuros e chapeu pra ver se escapo dos fans... soh nao sei como vai ser quando chegarem os paparazzi....
Diferenças e semelhanças 1
Desda época que eu cheguei aqui na Turquia (ou seja, ha dois meses atras), muita me fascina as semelhanças que tenho observado entre a cultura turca e a nossa (brasileira). Por incrivel que isso possa parecer, nos temos, sim, muito em comum. Algumas coisas sao mais faceis de notar, por exemplo: a falta de organizaçao, a bagunça que reina nas ruas, o movimento, os barulhos constantes, a roupa pendurada na corda, etc. Isso é um pouco a paisagem que desnorteia muitos europeus e que para nos, muito pelo contrario, nos faz sentir "em casa". Até ai tudo bem. Mas o mais fascinante tem sido pra mim descobrir comportamentos familiares. Por exemplo, o fato de que aqui as pessoas te tocam. Naquelas situaçoes tipo: "E ai tudo bem?" e tapinha nas costas. Pras meninas é sempre: "oi!! como você tah?" e três beijinhos e/ou um abraço apertado. Parecem coisas pequenas, e realmente sao quase "detalhes", mas eles mudam tudo! A relaçao que estabelecemos com as pessoas aqui (como na Brasil) nao é algo distante, formal e respeitoso. Nao, por aqui a gente se pega, se abraça, se beija, porque o afeto é algo que transparece. Nao existe, como na Europa por exemplo, a noçao (e o respeito) do espaço do outro. Na Europa o individuo é muito respeitado, o seu espaço, o seu corpo, sao seus, inviolaveis. Por isso, nao existe essa troca, essa "invasao" que ocorre por aqui. E é justamente por isso também que os europeus muitas vezes nao sabem lidar muito bem com certas situaçoes. Experimente isso: dê um forte abraço num francês, por exemplo, e você logo sente o corpo dele completamente rigido, os braços ao longo do corpo sem qualquer movimento. O cara sua frio e quase implora pra você largar ele. Eles nao sabem como reagir. Eles nao tem essa naturalidade com o toque. Por aqui, ao contrario, quando você dah um forte abraço, quem é quase sufocado é você de tanto que o cara te aperta!! Porque isso é demonstrar o afeto, o querer-bem. E além disso, para os turcos acolher bem os visitantes também é importantissimo. Portanto, você, como estrangeiro tem que sentir esse querer-bem na carne! Eu tenho aproveitado minha estadia por aqui pra fazer um estoque de abraços apertados, porque soh eu sei a falta que eles me fazem nas respeituosas e frias terras europeias... portanto pra vocês todos deixo aquele forte abraço (com tapinha nas costas)!
lundi 5 avril 2010
Voltei
Ola caros leitores!
Antes de mais nada devo desculpas pelo sumiço. Nao venho aqui ha algum tempo (virgula... nao toh achando a virgula no teclado turco...) mas nesses ultimos dias nao tive muito tempo livre (alias nao sei muito bem porque...). Portanto vou fazer uma retrospectiva do que ocorreu nessas ultimas semanas.
Primeiro eu passei um final de semana bem legal em Izmir (que é uma cidade grande - a 3a maior da Turquia com 3,3 milhoes de habitantes). Fui com um casal de amigos Bulgaros e a minha fıel companheira Seyma, (achei!) que mora comigo em Canakkale. Foi divertido e agradavel. O mais interessante nessa viagem foi:
_descobrir que os Bulgaros e os Turcos podem trocar de pais quando quizerem sem morrer de fome. Porque TODOS os nomes dos tipicos pratos turcos sao iguais em Bulgaro.
_ descobrir que, contra qualquer expectativa, nos tambem possuimos algumas palavras comuns com os Turcos, como por exemplo: toalete (como nos pronunciamos em bom portugues..), versao turca: tuvalet; ou por exemplo bicicleta que eles dizem bisiklet ou ainda bebe que eles chamam de bebek. Voces podem, evidentemente, me lembrar que com essas 3 palavras fica dificil formar uma frase, ao que eu respondo que nao senhor(es)! Numa urgencia voce pode precisar dizer que o bebe pegou a bicicleta e foi ao banheiro! Se isso nao faz muito sentido agora, pode ser que um dia voce perceba a utilidade dessa frase... a gente nunca sabe...
_ descobrir que tambem temos algumas palavras em comum com os Bulgaros!!! Vejam voces como eh expantoso e magnifico! Como por exemplo: contrabando, que eles dizem contrabanda!! A utilidade dessa palavra sendo obvia, creio que nao preciso exemplificar casos nos quais voces (nao se preocupem, nao citarei nomes) possam precisar dela! E tem tambem... tem tambem... eh, na verdade eu soh achei essa mesmo, mas dah um tempo, eh bulgaro neh rapaz?
Além disso, aproveitei, é claro, a paisagem da cidade à beira do mar e a experiencia de ficar na casa de uma familia turca, calorosa como as nossas. Mas sobre essa parte eu vou falar depois com mais calma. Por enquanto fica isso aqui... mais nos proximos capitulos!
samedi 27 mars 2010
Feeling good
Tem dias que sao assim: a gente acorda de bem com a vida e nem a musica altisssima da sua colocataria consegue tirar o seu bom humor porque você esta sendo embalado numa musica de jazz, como Blue Moon, ou My Ideal, ... sao musicas tao gostosas de se ouvir. Musicas pra dançar a dois, pra se apaixonar, pra curtir um momento, e ver como a vida pode ser boa. Entao nessa deliciosa manha deixo vocês nessas agradaveis companhias: Chet Backer e Nina, como nao poderia deixar de ser! Aproveitem, curtam, se apaixonem e aproveitam a vida que, como diz Niemeyer, é um sopro! Otimo dia para todos!
http://video.libero.it/app/play?id=d4d799ba8f27904033ad22aa346f6761
http://www.dailymotion.com/video/x6xtaa_feeling-good-nina-simone_music
jeudi 11 mars 2010
O vida, o ceus!
A minha experiencia na Turquia tem sido muito boa: as pessoas sao super simpaticas, estao sempre dispostas a ajudar, e ficam geralmente muito curiosas a seu respeito (de um estrangeiro, no caso). Isto é otimo, até que você receba a tarefa de entregar uns documentos num bureau da sua universidade. A tarefa parece simples: atravessar o campus, subir as escadas, a terceira porta a direita. Ok! ça roule ma poule! On y go! C'est parti! Você atravessa, primeiro andar, terceira porta: hum.. fechada... hum, talvez a segunda? diz secretaria na porta, é deve ser isso.. você entra, secretaria falando no telefone... você parado na porta.. hesita entre entrar ou ficar ali esperando ela acabar o telefonema. Enquanto você hesita um grupao entra na sua frente e vai sentando nas cadeiras... ei perai, eu tava aqui antes... você gostaria de dizer isso, mas nao sabe falar turco, portanto limita-se a abrir a boca e estender o dedo indicador apontando para o grupo que acaba de passar, mas nenhum som saiu.. é, isso nao é certo nao, hein? vou deixar soh dessa vez, porque de qualquer forma seria muito dificil entamar uma discussao aprofundada e filosofica sobre o respeito ao individuo na nossa sociedade, a questao do recurrente erro humano do "querer-se-dar-bem" e sobretudo a importancia da ordem de chegada que desde a pré-historia foi adotada como regra geral em departamentos publicos e afins. Bom, ja que eles estao instalados e começaram uma discussao, e que você continua na porta que permanece aberta com sua cara de tacho, você aproveita pra fazer uma retirada estrategica : vai ao banheiro! Vai, volta, e o que encontra? A secretaria... no telefone.. de novo!!! que saco! o que fazer? As outras portas estao fechadas... você espera mais uma vez, continua perto da porta, você quase se afeiçoou à ela! Provavelmente é a "pessoa" que mais te entende naquele momento, porque a secretaria nao se da ao trabalho sequer de levantar os olhos, ou fazer um movimento com a mao convidando-lhe para sentar. Ela desliga! ufa! enfim! euh.. yes, hello.. i'm sorry... euh... i have to give this document for.. ela te interrompe num turco acelerado e visivelmente cheio de exclamaçoes! Você olha apreensiva, sorriso amarelo, nao entendeu nada, se limita a estender os documentos. Ela dah uma olhada, balbucia qualquer coisa, olha pra você e diz "estudante erasmus, ha?" isso você entendeu, faz sim com a cabeça. Mas tem que explicar que esses documentos devem ser entregues para a pessoa descriminada num papelzinho que ela provavelmente nao viu. Chega outra mulher na secretaria: bla bla bla bla bla bla bla bla bla, ela diz. A outra responde: bla bla bla bla bla bla. Elas te apontam, te encaram, trocam olhares.. ixi... vai demorar, você pensa. Isso ainda dura um tempinho até que uma delas resolve te guiar à outro bureau. Você segue sem ter a menor idéia pra onde esta indo. Até que: surpresa! Te levaram pro seu departamento! Nao, nao, nao é aqui, disso você tem certeza. Mas ja é tarde: ela "deposita" gentilmente o abacaxi (que neste caso é você com seus documentos) nas maos de uma professora, a esperança renasce: english? maybe? in your dreams yeah! nao, essa também nao fala inglês. Ela olha seus documentos, faz uma cara de "oh! uma estudante erasmus! e ninguém me avisou nada??" é mal sinal.. você começa a se desesperar, até porque provavelmente ela também nao sabe que você soh tem a simples tarefa de levar esses documentos pra pessoa do papelzinho. Nova transferencia: ultimo bureau à esquerda no final do corrredor, novo dialogo sobre o abacaxi (VOCE!) do qual você esta obviamente excluido: bla bla bla bla bla bla bla bala bala.. mas, otima novidade: o cara fala ingles! yes! finally! Mas como você ja ta levemente irritado, ja vai despejando num tom aspero: I NEED TO GIVE THIS DOCUMENT TO THIS PERSON, UNTERSTAND? (você tenta falar à la turca pra ver se facilita a comunicaçao porque um sotaque americano enrolado aqui nao ia ajudar em nada...) O cara unterstand, mas ele te aponta uma parede transparente feita com um vidro grosso que reflete levemente a imagem lah de fora, mas que devido à uma linda decoraçao floral nao permite que você distingua perfeitamente a imagem. Ele aponta e diz: you see that building? It's there! WHAT????? SUN OF A BI*************!!!!! E nao dava pra falar antes porra? Você ja apresenta nesse momento sinais claros da sua exarcebaçao quanto a esse passeio desnecessario neste labirinto que é a sua universidade!! Você vira as costas e nem se da ao trabalho de mandar um tesekuler, porque se fosse mandar alguma coisa, seria algo bem diferente... que saco! que saco! você desce as escadas, sai do predio, um vento frio pra cacete, pelo menos o outro predio nao esta tao longe, você se aproxima, nunca foi la antes.. até que: nao! nao é possivel! tah de sacanagem?! cadê a entrada dessa joça?? putz, tem que dar a volta... ok mais 5 minutos de vento na sua cara, entra no predio: que porra é essa??? departamento de agricultura??? ai maluco, tao me zoando!!! você bufa, tao começando a exagerar!!! sobe as escadas.. paredes verdes.. nada de secretaria.. o que fazer? passar recibo do tipico estudante estrangeiro desorientado e perguntar numa sala que OBVIAMENTE nao é o lugar que você tah procurando onde você encontra o fdp do papelzinho? mas a sua paciencia ja esgotou, você ja esta cansado de brincar de gato e rato.. até que vê um corredor que parece levar a algum outro lugar.. e como o corredor ta vazio e você ja tah na chuva mesmo.. entao vamos arriscar. Parece promissor: secretarias! um monte delas!! qual escolher?? qualquer uma! a essa altura você tah disposto a pegar a primeira secretaria pelo cangote e fazê-la de réfem até que alguém te leve ao cara do papelzinho! Você entra: ih rapaz, sujô!, policial na area, o lance do cangote fica pra proxima.. bom, excuse me! please! hello, yes, i have to take this documents to.. o cara te olha com cara de banana! que surpreendente, ele também nao fala ingles!! caraca ai... tah dificil! May I help you? diz o policial, você olha pra ele. Uma cara de satisfaçao do tipo: "caramba! eu nunca acreditei que um dia eu fosse realmente dizer essa frase!" você tem vontade de perguntar quanto tempo ele treinou pra falar isso, mas se contem! Afinal, pode ser que ele realmente te ajude. Mas antes que você responda qualquer coisa, vem uma mulher olhar seus documentos e pede que lhe acompanhe. Você vai. Outro bureau: tem um cara la. Muito bem, você senta, eles começam a olhar seus papeis e a discutir. O nome do cara é Ilhan (assim como o nome do cara do papelzinho) mas o sobrenome é diferente! Putz!!! Você nao aguenta mais.. eles tao discutindo o que se você ainda nao tah no lugar certo?? Eles começam a mexer nos papeis, separam as folhas, NAO!, NAO!!, o que que vocês tao fazendo??? Chega um outro cara no bureau pega uma delas, NAO! NAO!! meus papeis!!! socorrooooooooooooo!!! alguém me ajude!! eu nunca vou encontrar eles de novo!!! Seus mongois! Nao ajudam e ainda querem me FERRAR!! Você parece o italian who went to Malta: you don't understand, you don't understand! I have to take this to this guy! You are not him!!! Ele olha pra você com uma cara de boco! euh.. deutsch? ta, ta bom, pode ser deutsch! warum nicht? ai ele começa.. du euh.. trinken.. euh.. çay? NEIN DANKE! NAO QUERO NENHUMA DROGA DE CHAZINHO PRA FICAR CALMINHA NAO!!!! EU QUERO MEUS PAPEIS DE VOLTAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!! DEVOLVE QUE E MEU!!!! Ele nao devolve e ainda emenda num alemao super arranhado: du... euh.. türkyie.. euh.. gute? Perai meu irmao, nao ofende: die Verben IMMER an zweite POSITION!!!! cade o verbo?? e que conversinha boba é essa?? eu quero minhas folhas!!! Como você quer que eu diga que eu gosto da Turquia se você nao me diz onde eu devo ir, rouba as minhas folhas e ainda fica com essa conversinha boba pra cima de moi?? ah, nao dah nao. Eu exijo que ele ligue pro bureau do erasmus, pelo menos la eles falam ingles (também pudera neh?). Ele liga, fala uns 15 minutos depois me passa o telefone, eu ja to quase explodindo de raiva: ALO? ha? aham! ah bon? ta legal. Mas quem é esse cara aqui na minha frente po? ha? ah é ele? entao eu toh no lugar certo? ah é? mas o sobrenome nao é o mesmo nao... ah.. sei, sei.. (entao você que escreveu o nome errado porra! - eu penso) yes, ok! of course! see you (hopefully never again). Bye bye! desligo. Sorriso amarelo. Ah, entao é aqui hein? que coincidência, rapaz! Tento disfarçar: Türkyie sehr gut!! ja, ja, wunderbar! Bom, ja que aparentemente esta tudo em ordem, eu me levanto: ich going nessa, tamam? aperto de maos à contra-gosto. Me mando e depois penso: devia ter pedido o cha... ufa! eita vida dificil essa minha aqui!
vendredi 5 mars 2010
A tecnologia
A tecnologia é uma coisa incrivel que realmente mudou o mundo e os "rapports" sociais. Isto parece papo de gente velha, e, no entanto, eu ainda gozo do privilegio de ser classificada na categoria dos jovens (ou pelo menos dos jovens adultos, ja que estou nos vinte e poucos). Mas tenho a impressao que ja faço parte de uma geraçao intermediaria: aquela que foi no embalo do desenvolvimento tecnologico (virtual) mas que nao nasceu com ele. De fato ainda lembro da minha adolescencia e das noites passadas na frente do computador (aquele grandao, é logico...) falando com 12 pessoas ao mesmo tempo (de diversas cidades e com alguma sorte, ou com alguma malicia da pessoa do outro lado da tela, de outros paises), numa pagina de bate-papo (oi quer teclar? um classico!). Isso fora o ICQ, reservado aos amigos de verdade... e se você esta sorrindo agora é porque provavelmente também pertence a essa geraçao. As coisas aceleraram e a internet invadiu os 4 cantos do mundo. E hoje em dia, é possivel atualizar o seu blog dentro de um onibus turco que viaja de um pequeno vilarejo à outro. Estamos no meio da estrada, no meio do "nada" e aqui estou eu, conectada ao mundo! é claro que nem todos podem fazer isso: primeiro porque muitos nao tem um computador portatil (caro e/ou superfulo), e segundo, porque apesar de tudo, por essas bandas essa grande revoluçao tecnologica nao faz parte da cultura local. Prova maior disso sao os olhares curiosos e as vezes até repressores que recebo das poltronas vizinhas. Olhares desconfiados que reprovam esses "turistas" ocidentais que vivem mergulhados em seus problemas, que acham que dominam o mundo porque dominam uma maquina! é pode ser... mas eu nao consigo esconder minha admiraçao por essas facilidades e essas maravilhas tecnologicas. Mesmo que, como tudo na vida, a moeda tenha dois lados. Continuo achando incrivel poder acessar esse monstruoso mundo virtual dentro de um onibus turco perdido nas estradas esburacadas da costa do mar Negro.
mercredi 24 février 2010
Quem é essa menina?
Quem é essa menina?
quem é essa moça que corre o mundo,
viaja sozinha,
tem vida de adulto,
mas no fundo nao passa de uma criança?
Quem é essa menina?
quem é essa menina que nao sabe bem o que quer,
que a vida vai levando meio sem direçao,
e que acaba atracando em portos tao distantes
que nao poderia ter imaginado antes?
Quem é essa menina?
quem é essa menina que dança tudo que é dança,
que vai sambando, vai salsando,
que vive sorrindo,
mas que no fundo se sente tao sozinha?
Quem é essa menina?
quem é essa menina meio artista, meio escritora,
que vive pintando a tela branca
com traços que ela ja nao controla?
Quem é essa menina?
Essa menina simpatica, cheia de vida,
que se olha no espelho
e ja nao reconhece,
essa moça tao crescida?
Quem é essa menina?
Essa menina que esta cheia de perguntas,
que vive no seu mundo,
que se pega falando sozinha,
e que ri de sua insensatez?
Quem é essa menina?
que de tanto pensar,
ja perdeu a razao
lundi 22 février 2010
Un show de brasilidade!

Nunca sambei tanto quanto nessa ultima semana! Isso seria muito natural se eu estivesse no Brasil e que esse periodo correspondesse à semana do carnaval. Mas estou na Turquia e por aqui, como vocês podem imaginar, nao existe carnaval! E, no entanto, eu sambei por aqui diversas vezes (incluindo uma no templo de Atenas!!!). Pois é, por mais que a gente tente, nao conseguimos escapar de certos estereotipos. Para os turcos, verdadeiros brasileiros sao negros! Esse é o primeiro susto e a primeira decepçao que eles têm comigo: sou branca, branca até demais, sou branquela, daquelas que vai à praia e so fica vermelha! Bom, sou descendente de portugueses açorianos (entre outros) e acabei com essa cor. Claro que isso nao corresponde à imagem da mulata brasileira com samba no pé! E esse é justamente um outro estereotipo: o samba no pé. Pois é, sambar eu até sambo, mas é mais samba no joelho do que samba no pé... mas nao adianta, nessas horas nao ha argumento que os convença. Se você diz que nao samba muito bem, eles acham que é falsa modestia ou timidez. Como poderia um brasileiro nao sambar? E todos começam a bater palma, vamos la, vamos la, samba ai! Eu, que ja sou branquela, nao querendo criar mais decepçao aos amigos turcos que me acolhem tao bem, nao tenho como dizer nao... e no final das contas, como diz o ditado: "em terra de cego, quem tem um olho é rei!". E la esta você com seu samba no joelho no meio de turcos admirados com tanta habilidade! E você no mesmo momento super sem graça, mas feliz por nao existir outro brasileiro por la que possa denunciar o seu samba fajuto! E foi dessa forma que me encontrei sambado uma, duas, três, seis vezes durante essa semana! E a cada novo encontro, sempre alguém comenta: "essa é a brasileira que samba muito bem! é incrivel!" Você da aquele sorriso amarelo e reza pra que ninguém lhe peça pra mostrar a sua brasilidade mais uma vez...
jeudi 18 février 2010
Les petits détails qui tuent
Il peut avoir un nombre infini de situations où, pour une raison ou une autre, on est surpris par les petits détails qui tout d'un coup prennent une signification majeure. Aujourd'hui j'ai affronté ce genre de situation. Je mangeais tranquillement dans un petit resto très sympa avec des amis et puis j'ai rencontré une autre fille, étrangère elle aussi, qui mangeait avec ses amis (turcs). Après quelques présentations assez formelles, elle m'a demandé combien de langues je savais. J'ai répondu que j'en connaissais 4 (portugais, anglais, allemand et français). C'est vrai que je suis assez jeune et j'arrive à parler donc beaucoup de langues, mais ce n'a été qu'un fruit de quelques coups de chance dans ma vie qui ont fait que je puisse en connaître autant. Mais bon, n'empêche, ce qui m'a frappé c'est ce qui a dit un des amis de la fille qui m'a posé cette question. Il m'a dit: "oui c'est vrai, tu parles 4 langues, et pourtant tu ne saurais dire ce que tu manges!" Et bien, il n'avait pas tort, je mangeais un plat turc dont je ne saurais dire le nom! A ce moment là, j'ai regardé mon plaît et j'ai réfléchi: oui en effet, parmi les langues que je parle, le turc n'en fait pas partie! Et pourtant je suis en Turquie! Une observation, certes, intéressante. Toutes les langues que j'ai apprises jusqu'à présent se trouvent dans le groupe des langues indo-européennes. Et bien, pas le turc! Le turc, est une langue qui se rattache à la branche altaïque des langues ouralo-altaïques. Ce groupe des langues sont celles parlées en Turquie, en Iran, et vers l'Asie Centrale. L'histoire de la langue turque reflète un peu de son histoire et du fait que la Turquie est un pays entre deux cultures: celle de l'Orient et de l'Occident. En effet, si son origine est rattachée à l'Asie Centrale, les Turcs ont adopté l'alphabet latin à partir de la fondation de la République de Turquie en 1923, époque où ils voulurent se rapprocher de l'Occident. Et voilà qu'un simple détail (et une plaisanterie de ce jeune homme) prends une dimension beaucoup plus importante: en effet, pour la première fois, j'essaie de pénétrer dans un territoire complètement inconnu pour moi: l'Orient! Mais en même temps, il ne s'agit pas d'un orient lointain et absolument étranger, mais il s'agit du pays le plus proche de l'Occident qui soit. Et donc, oui, je ne connais pas (encore) la langue turque, mais c'est justement pourquoi je suis là. Pour essayer de pénétrer dans cet autre monde qui nous paraît aussi différent, à nous les "occidentaux". J'espère seulement que cette expérience ne sera pas du tout un choc de cultures, mais, bien au contraire, un grand échange.
Don't stop the music
Music = connecting people: musica que ouvi numa carona pra casa (fiz até um solo inimaginavel...). Se as vezes a comunicaçao falha, a musica sempre é um bom meio de criar um dialogo! Uma afinidade surpreendente que se revela...
http://pherac.xanga.com/612832652/item/
(no endereço acima veja a letra e curta a musica ; )
Like a japonese 2
Pela primeira vez, estou percebendo como é a sensaçao de estar num pais onde você nao entende nada do que as pessoas lhe dizem. é uma sensaçao estranha, é como estar cortado do mundo. A falta de comunicaçao as vezes é insurmontavel. E nao é falta de boa vontade da minha parte de tentar entender o que eles me dizem, mas eu realmente nao entendo bulhufas! E como nao entendo nada, mas também nao quero desagradar, apresento meio mais afavel sorriso e aceno com a cabeça. Nessas horas eu entendo como as japonesas devem se sentir naquele mundo ocidental confuso do qual eles nao fazem parte e cuja lingua e costumes nao compreendem. Por isso, atravessei o Mediterranêo para perceber que eu também posso ser uma japonesa, porém, na Turquia!
lundi 15 février 2010
Hora da poesia
A arvore nua
na frente do céu se ilumina,
o sol bate
transformando traços negros
em cor de tangerina
balançando, balançando
os galhos dançam
esquecem que ja nao possuem flores
mas isso nao muda nada
ao belo espetaculo de cores
E essa imagem eu vi de uma janela
quando, numa manha de inverno,
acordei sorrindo.
Bina Luci
dimanche 14 février 2010
Like a Japonese
Welkome a bord!
Estamos de partida: levantar ancora! Sim, nos dirigimos ao Oriente. Mas nao iremos tao longe (claro que tudo depende do ponto inicial de partida...), digamos que nao nos afastaremos tanto do Ocidente assim. Nao, estaremos apenas na entrada, no meio do caminho. Levo vocês rumo à Turquia! Sim, sou uma brasileira, que perdeu suas raizes ha alguns anos, atracou na Europa por algum tempo e deciciu se aventurar por novas terras. E aqui estou. Num pais bem diferente de tudo aquilo que ja conheci (refiro-me sobretudo à Europa e ao Brasil, é claro). E gostaria de compartilhar ao longo desse blog e do periodo em que aqui me encontrarei algumas impressoes e alguns momentos vividos por uma brasileira perdida por essas bandas.
O titulo nao era para esse texto, mas devido ao avançado da hora, vejo-me obrigada a interromper minhas elocubraçoes da madrugada. Nao tendo motivaçao para mudar qualquer coisa que seja e querendo, além disso, continuar esse texto mais tarde, deixo vocês, por enquanto, na sede de saber o que esse titulo pode significar... alguns certamente ja fizeram o link... e quanto aos outros, nao se preocupem, teram a resposta antes do que imaginam (assim eu espero)!
O titulo nao era para esse texto, mas devido ao avançado da hora, vejo-me obrigada a interromper minhas elocubraçoes da madrugada. Nao tendo motivaçao para mudar qualquer coisa que seja e querendo, além disso, continuar esse texto mais tarde, deixo vocês, por enquanto, na sede de saber o que esse titulo pode significar... alguns certamente ja fizeram o link... e quanto aos outros, nao se preocupem, teram a resposta antes do que imaginam (assim eu espero)!
Inscription à :
Commentaires (Atom)